3,6 MILHÕES DE HECTARES DE AREAS MELHORADAS / CONVERTIDAS A pastagem é a principal forma de ocupação da terra no país (Foto: José Medeiros/GCOM MT) Com a meta de recuperar 2,5 milhões de hectares de áreas de pastagem de baixa produtividade até 2030, a “Estratégia: Produzir, Conservar e Incluir”” (PCI), em parceria com Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), realizou um mapeamento inédito da qualidade das pastagens de Mato Grosso. O estudo, com dados mais precisos, vai permitir dados de maior qualidade para a tomada de decisão de atores públicos e privados no Mato Grosso. O gerente da PCI e economista ambiental, Ricardo Woldmar, explica que a contratação do Lapig foi realizada no segundo semestre de 2022 e teve como objetivo a coleta dedas sobre a qualidade de pastagens para todos os municípios de Mato Grosso no período entre 2015 e 2021. O Lapig está vinculada ao Instituto de Estudos Socioambientais (IESA), da Universidade Federal de Goiás (UFG), e tem sido a principal fonte de dados de pastagens atualmente. Segundo ele, os resultados deste trabalho vão permitir com que o estado de Mato Grosso e os atores do setor de carne tenham informações mais confiáveis sobre os níveis de degradação de pastagens no Mato Grosso para que mais investimentos sejam feitos para aumento da produtividade da pecuária e consequentemente melhor otimização do uso de solo no estado. Nathália Monteiro, à direita (Foto: REM MT) No total o Lapig usou cerca 72 mil amostras inspecionadas visualmente em imagens Landsat para calibração do mapa de pastagens; além disso a equipe trouxe pela primeira vez o mapa de vigor vegetativo para uma resolução espacial muito maior, usando também imagens Landsat (resolução espacial de 30m). Então, pro estado do Mato Grosso, a gente pode dizer sim que é um mapeamento inédito”, detalha. Para se ter uma ideia, o MapBiomas utiliza 30 mil amostras de calibração para o Brasil todo para gerar seu mapa de pastagens, enquanto seu mapa de vigor vegetativo utiliza dados de imagens MODIS (resolução de 250 m). Portanto este financiamento do Instituto PCI e IMAC permitiu uma melhoria significativa da precisão e confiabilidade dos dados. Resultados Os resultados deste trabalho indicaram que dos 17,5 milhões de hectares de pastagens (Mha) de Mato Grosso, um total de 3,6 milhões de hectares de pastagens foram melhorados e convertidos entre 2015 e 2021, sendo 0,9 Mha que subiram dos níveis de “baixo / médio” vigor para “alto” vigor e 0,8 Mha de “baixo” para "médio" vigor e 1,9Mha convertidos para outros usos. No entanto, um total de 3,2 Mha de pastagens perderam vigor neste período e portanto representando uma relativa piora da qualidade e vigor das areas. "As pastagens são a principal forma de uso e ocupação da terra, não só em Mato Grosso, mas no Brasil como um todo. Então, acaba sendo muito importante conhecermos onde estão estas pastagens, uma vez que o seu bom aproveitamento permite o incremento de produtividade da pecuária e reduz a pressão sobre novos desmatamentos”, reflete Nathália. Para realizar o mapeamento, foram feitas uma série de trabalhos de campo, além de investimento na melhoria de dados. “O mapa de vigor das passagens que apresentamos hoje é o mapa preliminar. O próximo passo agora é incorporar esses dados de campo nos mapas finais para entrega até junho deste ano”, conta.