Estratégia PCI

O maior esforço global para mitigar mudanças climáticas já idealizado por um estado subnacional
Estratégia PCI
O que é a Estratégia PCI

Em dezembro de 2015, durante a Convenção do Clima em Paris (COP21), o Governo de Mato Grosso lançou a Estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI).

A PCI foi construída com o objetivo de captar recursos para o Estado de Mato Grosso objetivando a expansão e aumento da eficiência da produção agropecuária e florestal, a conservação dos remanescentes de vegetação nativa, recomposição dos passivos ambientais.

Visa também a inclusão socioeconômica da agricultura familiar e gerar a redução de emissão e sequestro de carbono de 6Gt CO, mediante o controle de desmatamento e o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.

VISÃO DA ESTRATÉGIA PCI
Expansão da produção agropecuária dentro das áreas produtivas através de intensificação de pastagens e otimização do uso do solo.
Restauração de passivos de Reserva Legal e APP para cumprimento legal aliado a proteção e conservação de florestas remanescentes.
Inclusão dos agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais no processo de desenvolvimento, melhorando seus padrões de vida.

Esta visão materializa-se em um amplo plano de metas em seus três eixos, construído em um processo participativo e que integra as agendas de atores públicos, privados e da sociedade civil.
A PCI integra as políticas existentes e se baseia em esforços prévios para reduzir o desmatamento, ampliar o cumprimento do Código Florestal, cumprir compromissos de sustentabilidade em cadeias de suprimento, criar oportunidades em torno de REDD+ e promover o desenvolvimento econômico e a inclusão social para pequenos agricultores e comunidades indígenas e tradicionais.
As metas da PCI contribuem diretamente para a NDC brasileira no Acordo de Paris e para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas – ODS.

Se alcançadas, as metas representam:

  • Redução de emissões de 6 gigatoneladas de CO₂ (o que faz da PCI a maior iniciativa sub-nacional do mundo em mitigação de mudanças climáticas);
  • Regularização ambiental atendendo assim ao Código Florestal em 100% das propriedades rurais do Estado;
  • Aumento do PIB agropecuário em R$ 5 bilhões;
  • Inclusão socioprodutiva de 82.000 produtores familiares.
Instituto PCI

A PCI e o Instituto PCI

A partir de 2019, a Estratégia PCI será implementada em parceria com o Instituto PCI
Expansão e aumento da eficiência da produção agropecuária e florestal.
Conservação da vegetação nativa e recomposição dos passivos.
Inclusão socioeconômica da agricultura familiar e populações tradicionais.

implantação

Programa Carbono Neutro

O programa Carbono Neutro de Mato Grosso, tem como meta voluntária reduzir em 80% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 e zerar as emissões até 2035 (quinze anos antes da meta nacional de 2050). O programa contribui com a campanha global Corrida para o Zero (ou – “Race to Zero”) lançada pelos Campeões do Clima do Reino Unido e do Chile.

O programa já com 12 Ações Prioritárias elencadas realizadas por meio de um processo colaborativo entre o governo do Estado de Mato Grosso, lideradas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT), com técnicos do Climate Group (CG), Winrock International, Força-tarefa do Governadores para Floresta e o Clima (GCF Taskforce) e do Fórum Matogrossense de Mudanças Climáticas (FMMC), além de outras importantes partes interessadas, do setor público e privado.

para visualizar o Relatório de Desenvolvimento e Avaliação da Trajetória de Descarbonização de Mato Grosso.

Povos Indígenas
A Estratégia PCI e os Povos Indígenas de Mato Grosso
Em Mato Grosso existem hoje 43 povos indígenas, falantes de 35 línguas distintas3, além de cerca de 9 povos isolados. Segundo a FUNAI4, estes povos habitam 87 Terras Indígenas (TIs), dentre as quais 72 têm reconhecimento jurídico formal e outras 15 ainda estão em estudo. Estas Terras Indígenas cobrem ao redor de 16% da área do estado, protegendo uma diversidade cultural e biológica, além de grandes estoques de carbono e de outros serviços socioambientais, sendo que estes territórios têm percentual pouco significativo de desmatamento.

Quando a Estratégia PCI foi lançada em 2015, reconhecia-se a importância dos territórios indígenas para o alcance das metas de conservação do Estado, assim como reconhecia-se a necessidade da inclusão socioprodutiva dos povos indígenas do Estado. Mas também se reconhecia que não seria possível desenhar metas específicas dentro da Estratégia sem a participação e protagonismo dos próprios povos indígenas no processo.
A partir da formação de uma Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (FEPOIMT), esta assume o protagonismo no diálogo com a PCI e outras políticas públicas em Mato Grosso.

Em 2017 a FEPOIMT passa a fazer parte no Comitê Estadual da Estratégia PCI – CEEPCI. Ao mesmo tempo, no âmbito do Programa REDD for Early Movers – REM-MT, inicia-se com o apoio técnico e de facilitação do Instituto Centro de Vida (ICV) e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, que garantiu aporte financeiro e técnico, a realização do processo de construção participativa e consulta do subprograma de Territórios Indígenas do REM.

O objetivo geral do Subprograma Territórios Indígenas é garantir estrutura para que os recursos do Programa REM Mato Grosso integrem, articulem e fortaleçam as contribuições dos povos Indígenas para mitigação e adaptação às mudanças do clima com base em seus sistemas de conhecimento tradicional e de gestão autossustentável de recursos naturais, promovendo o fortalecimento das instituições e organizações indígenas em suas diferentes atuações e de acordo com as realidades e a diversidade cultural, socioambiental, territorial e econômica de cada povo, evitando os efeitos adversos nessa implementação.

Após uma primeira fase de formação de multiplicadores em 2017, são conduzidas em 2018 oito Oficinas de Informação e Construção do Subprograma Territórios Indígenas do REM Mato Grosso, envolvendo 42 povos indígenas de Mato Grosso e mais de 1.300 participantes, para a construção participativa de Temas Prioritários.
Em 2019, Mato Grosso, através de uma parceria técnica entre a Coordenadoria de Mudanças Climáticas e REDD+ (CMCR) da SEMA e o ICV iniciou o projeto Valorizando as Florestas de Mato Grosso, no âmbito do financiamento proporcionado por um acordo entre o Governo da Noruega e o Governor’s Climate and Forest Task Force – GCF, com gestão e implementação do PNUD.

O projeto atende diretamente às prioridades definidas pelo estado e faz parte de esforços relacionados à Estratégia PCI e ao Programa REM.
Como parte do projeto, foi pela primeira vez realizado um diagnóstico socioprodutivo de Territórios Indígenas no Estado.
A partir dos avanços em governança e definição de prioridades conquistados no âmbito do REM, assim como do diagnóstico feito no projeto Valorizando as Florestas de Mato Grosso, o Instituto PCI, em seu Plano de Ação 2021 pretende construir em conjunto com a Fepoimt e parceiros formas de aprimorar a participação indígena na sua governança e estabelecer prioridades conjuntas.

Oportunidades PCI
Oportunidades
Para os stakeholders que compartilham a paisagem rural mato-grossense e sua governança, a Estratégia PCI pode trazer um amplo leque de oportunidades, que constituem seu valor agregado:
  • Atrair recursos de parcerias e cooperação internacional para fomentar ações ligadas à Estratégia;
  • Conectar iniciativas públicas e privadas para atender aos objetivos propostos pela Estratégia para um uso eficiente da terra;
  • Ajudar a garantir um ambiente de baixo risco para os setores privados tanto de fornecimento como de investimento, contribuindo para a alavancagem de novos negócios na jurisdição, ampliação de mercados e melhora da imagem projetando o Estado no cenário internacional;
  • Testar novos incentivos econômicos e mecanismos financeiros, como linhas de crédito específicas, mecanismos de redução de risco para investidores, mecanismos de compensação, green bonds e outros;
  • Testar a campo e compartilhar conhecimento em soluções de intensificação, boas práticas e restauração;
  • Ser um motor de implementação e monitoramento de políticas públicas;
  • Gerar inteligência e conhecimento coletivo para ações públicas e privadas;
Mato Grosso

Porque Mato Grosso

  • Potência agrícola mundial e maior exportador agrícola do Brasil;
  • Maior produtor nacional de cereais e líder na produção de carne bovina;
  • Terceiro maior estado da Amazônia Legal com grande
    patrimônio natural e ecológico;
  • Segundo estado do Brasil a criar a lei estadual do REDD;
  • Expressiva redução de desmatamento após 2004 a partir de iniciativas públicas e privadas.
Produzir, Conservar e Incluir
Metas
PRODUZIR
Expansão e aumento da eficiência da produção agropecuária e florestal
  • Pecuária Bovina

    • Recuperar 2,5M ha de áreas de pastagem de baixa produtividade até 2030.
    • Aumentar a produtividade de 50 para 116 kg/ha/ano até 2030.

    Agricultura (soja, milho e algodão)

    • Ampliar a área de grãos em áreas de pastagem degradada de 9,5 para 14,69 milhões de hectares até 2030.
    • Aumentar a produção de grãos de 50 para 125M ton até 2030.

    Floresta Nativa

    • Ampliar a área sob manejo florestal sustentável de 2,8 para 6M ha até 2030.

    Floresta Plantada

    • Ampliar a área de florestas plantadas em áreas já abertas de 317 mil para 800 mil ha até 2030.
    • Aumentar a produção de madeira plantada de 4,9M m³ para 11,75M m³ até 2030.

    Biocombustíveis

    • Aumentar a produção de biocombustíveis para 13 milhões de m³ até 2030
CONSERVAR
Conservação da vegetação nativa e recomposição dos passivos
  • Desmatamento

    • Manter 60% da cobertura de vegetação nativa do Estado de Mato Grosso.
    • Reduzir em 90% o desmatamento na floresta até 2030, sendo 84% até 2024 tendo como referência a linha de base: 2001-2010 (PRODES) de 5.714 km², alcançando 571 km²/ano.
    • Reduzir em 95% o desmatamento no cerrado até 2030, sendo 83% até 2024 tendo como referência a linha de base de 3.016 km² (SEMA), alcançando 150 km²/ano.
    • Reduzir 30% dos focos de calor em relação ao período de referência de 2010 a 2019 (28.300 focos de calor) até 2030.
    • Eliminar a exploração de madeira ilegal até 2030.
    • Eliminar o desmatamento ilegal até 2030.
    • Compensar 1M ha de área passível de desmatamento legal.

    Regularização Ambiental 
    (Código Florestal)

    • Cadastrar 90% dos imóveis rurais (CAR) até 2024.
    • Validar 90% dos CAR até 2024.
    • Regularizar 1M ha (100%) de APP degradada até 2030.
    • Regularizar 5,8M ha (100%) de Reserva Legal, sendo 1,9M ha por  recomposição, até 2030.
INCLUIR
Inclusão socioeconômica da agricultura familiar e população tradicionais
  • Produção e Inclusão no Mercado

    • 100% de adesão dos municípios no sistema SEIAF até 2030.
    • Aumento da produção de grãos de 49 milhões para 125 milhões de toneladas e aumento da produtividade bovina em 65% até 2030.
    • Ampliar participação dos produtos de agricultura familiar no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para 30% até 2030.
    • Aumentar o acesso a crédito ao Pronaf de R$ 882 milhões para R$1,3 bilhões/ano até 2030.

    Regularização Fundiária

    • Realizar a regularização fundiária de 70% dos lotes de agricultura familiar até 2030.